quinta-feira, 25 de junho de 2009

Entre os Livros, um crítico.




Oscar Wilde:














"A maioria dos homens arruína suas vidas por força de um altruísmo doentio e extremado - são forçados, deveras, a arruiná-las. Acham-se cercados dos horrores da pobreza, dos horrores da fealdade, dos horrores da fome. É inevitável que se sintam fortemente tocados por tudo isso. As emoções do homem são despertadas mais rapidamente que sua inteligência; e, como ressaltei há algum tempo em um ensaio sobre a função da crítica, é bem mais fácil sensibilizar-se com a dor do que com a idéia. Conseqüentemente, com intenções louváveis embora mal aplicadas, atiram-se, graves e compassivos, à tarefa de remediar os males que vêem. Mas seus remédios não curam a doença: só fazem prolongá-la. De fato, seus remédios são parte da doença. Buscam solucionar o problema da pobreza, por exemplo, mantendo vivo o pobre; ou, segundo uma teoria mais avançada, entretendo o pobre."



Retirei este bloco de um trabalho literário chamado "A alma do Homem", o autor é Oscar Wilde, ou pelo menos é o que consta no meu material. Conheci seus trabalhos através de uma coleção de livros clássicos que minha mãe possui, nesta coleção eu li "O retrato de Dorian Gray". Este é sem dúvidas o seu único Romance, mas é somente um romance pelo o fato de o chamarem assim, nesta obra é possível se notar o poder crítico e destemido de Oscar Wilde a sociedade. Em seus trabalhos, sempre realça o a classe pobre como sendo um erro social, e isto o torna um malthusiano . Ele é do mesmo século em que a sociologia passa a ser considerada uma ciência, e talvez com um pensamento neo classicista, chega a este relato sobre a pobreza no texto acima.

Assim como Oscar Wilde, minha mãe me lembrou o que vejo no dia-a-dia com a seguinte fala:
- Por mais que a pobreza seja um erro, a sociedade a aceita por ser fácil, ninguém quer conhecimento, ninguém aceita a idéa ao invés da força. Como por exemplo em nosso país com todos esses escandalos políticos, as pessoas aceitam essas irregularidades pelo simples fato de não lutarem por seus direitos, afinal como sabemos, felizes são os leigos.

Bom, a verdade é que a covardia de milhares gera a miséria de bilhares, não faço passiatas nem muito menos crio planos de mudança, mas eu não me calo ao refletir minhas idéias a um pequeno ciclo social. Fácil não é, pois todo sistema é contra mudanças, mas as pessoas não são um sistema, elas somente o seguem. Não só nas obras de Oscar Wilde mas em muitas críticas sufocadas pelo mundo é possível se ver salvação, e como eu aprendi ao menos a ser crítico com textos como esse, ensinar o mundo a gerar inteligência não usa nenhuma matéria prima escassa, basta usar conhecimento.



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